terça-feira, 7 de junho de 2011

Açores - S. Miguel - 3º dia

11.3.2011

Saímos do hotel com um tempo daqueles que ninguém deseja ao seu pior inimigo, muito menos quando está de férias. Para além do frio, para o qual não havia qualquer solução, o céu apresentava aquela tonalidade de cinzento a puxar para o alcatrão, do qual brotava uma chuva que podia perfeitamente ter ido para outras bandas regar couves. Nada me faria acreditar que seria possível melhorar nos próximos dias.

Metemos pés ao caminho, que é como quem diz metemos o carro na estrada e não é que esta terra conseguiu dar-me completamente a volta no que toca aos meus dotes de previsão meteorológica!? Percorríamos nós os parcos kms de auto-estrada que S. Miguel oferece na direcção este, quando passámos de um temporal a um dia de sol lindíssimo. Literalmente de um momento para o outro. Só visto mesmo.

A nossa primeira paragem foi em Vila Franca do Campo. Começámos por visitar a Ermida de Nossa da Senhora da Paz com esta linda escadaria que me fez lembrar o Bom Jesus de Braga.


Ao subir tivemos direito a esta magnifica vista sobre Vila Franca do Campo e sobre o Ilhéu de Vila Franca, uma pequena ilhota vulcânica a 500m da costa.


Daqui seguimos para a lagoa das furnas, um dos locais mais imperdiveis desta viagem. Mal estacionamos sente-se logo o ambiente vulcânico. Por entre ervas e terra há fumo e bolhas que se avistam. Deixámo-nos guiar pelo cheiro a enxofre e pelas nuvens de fumo e encontrámos este brinde da natureza.


Caldeiras naturais das furnas

Estas caldeiras estão vazias mas as que se vêm em baixo não estão. Aqui se faz o famoso cozido das furnas. Os ingredientes são colocados numa panela, que é enterrada nas caldeiras, coberta de terra e fica 6 horas a ser cozinhado pelo calor natural da actividade vulcânica.
A
o fundo avista-se a lagoa das furnas


O Pedro aproveitou a recomendação do senhor que estava a guardar as caldeiras com panelas e reservou o nosso almoço.


Estava delicioso. O cozido não é feito simplesmente a vapor, o que só por si já poderia indiciar uma maior intensidade nos sabores, o vapor é vulcânico o que dá ao cozido um sabor muito especial. Obrigatório!


Miradouro do Salto do Cavalo

Este é um dos pontos mais altos da ilha de S. Miguel. Daqui consegue ver-se a povoação das furnas em primeiro plano, de seguida a lagoa das furnas e por fim o oceano Atlântico. Umas das mais bonitas paisagens que já vi e não fosse o sol estar mesmo ali em contra-luz talvez uma das minhas melhores fotografias de paisagens.
Ribeira dos Caldeirões


No meio do nada, por entre curvas e contra curvas, encontrámos este jardim/ribeira/cascata. Uma bela surpresa.

Nordeste

Como o próprio nome indica, esta terra fica na ponta nordeste da ilha, onde tivemos a oportunidade de encontrar este sinal de trânsito tão inusitado. Daqui fizemos meia volta na direcção de Ponta Delgada.
Optámos por seguir numa estrada diferente para vermos outras paisagens e o caminho revelou-se efectivamente diferente a todos os níveis.

O luz escasseava, o caminho era de terra batida, estávamos meio perdidos e sem que no mapa conseguisse vislumbrar um fim próximo. Quando as coisas estão de tal forma mal há sempre maneira de piorar. Não é que o maldito carro começa a fazer um barulho estranho. Parecia que o escape ia a arrastar pelo chão. Ainda saímos do carro duas vezes para tentar perceber o que seria, mas os nossos vastos conhecimentos de mecânica automóvel foram insuficientes para tirar uma conclusão. Rede no telemóvel nem vê-la. Só de pensar que corria o risco de ficar a dormir naquele sítio... Nem me quero lembrar.
O barulho lá parou mas não consegui apreciar convenientemente a paisagem que era deslumbrante. Quando finalmente encontrámos uma estrada de alcatrão já era noite cerrada e bem feitas as contas demorámos 1 hora a percorrer meia dúzia de kms, embora me tivesse parecido bem mais tempo e bem menos kms. Uff!