terça-feira, 29 de junho de 2010

São Tomé e Príncipe - Ilheu das Rolas - 4º dia

7 Junho 2010

Durante o pequeno-almoço assistimos a algo que muito nos surpreendeu. Por entre garfadas e golos deliciosos, apercebemo-nos da aproximação de um dos milhares de lagartos que existem pela ilha. Como até gostamos de todo o tipo de animais - lagartos, inclusive imagine-se! - passou-nos pela cabeça lançar um pouco de comida na sua direcção para ver o que acontecia. Ocorreu-nos que o movimento do meu braço o assustaria de certo e que o faria desaparecer em 3 tempos por um qualquer buraco do patamar feito em tábuas de madeira, mas resolvemos arriscar.
Lancei um pouco de panqueca, que por puro golpe de sorte - jeito não seria certamente pois não me posso gabar de tê-lo - acertei justamente a um palmo, mesmo de frente ao dito.
Em vez de desaparecer de imediato, como esperavamos, ficou estático a contemplar a comida durante pelo menos 2 minutos – aqui é tudo “devagar e devagarinho”, até os lagartos -. De repente, salta para cima do pedaço de panqueca e devora-o. Fiquei pasma!
Continuamos a lançar pedaços de comida, agora fiambre, e eis que surge um segundo lagarto que come também o que lançamos. Aí está algo que nunca me passaria pela cabeça assistir!
Ao fim de algum tempo, surge um empregado do restaurante que não se tinha apercebido de nada – ou apercebeu-se e não ligou – e assim como apareceram desaparecem. Nunca me esquecerei destes animais de sangue frio a receber comida como se de algum modo estivessem domesticados...
Durante este dia ficámo-nos essencialmente pela piscina e às 15h00 estávamos a fazer check-out.

Fotografia retirada da internet

Enquanto esperávamos pelo barco que nos levaria de volta para São Tomé, surge o Artur para me oferecer uma “rosa de porcelana” e desaparece. Foi a forma que encontrou de nos agradecer a roupa que lhe oferecemos no primeiro dia. Fiquei derretida claro!

Logo depois, o João Paulo que acompanha tudo o que se passa no hotel, com uma eficiência que não se vê com muita frequência, aproxima-se do porto para acompanhar a nossa saída do ilhéu.
Conversámos bastante. Disse-nos que têm de facto pago indemnizações para as pessoas saírem do ilhéu mas que eles têm gasto tudo em bebida e que já estão de regresso. Há sempre duas versões para cada história
.
O João Paulo contou-nos ainda que o hotel pertence ao Sílvio Silvério, dono da “Sanitana”, que detém a concessão de exploração da ilha por 50 anos, e que contratou o grupo pestana para gerir o hotel.
Às 16h30 partimos no barco e fizemos o longo percurso de volta à cidade de São Tomé.
Por volta das 19h30 chegámos ao “Omali Lodge” e descansámos um pouco.
Resolvemos jantar no “Filomar” situado numa das extremidades da mesma baía onde estava localizado o hotel e fizemos o percurso a pé.
O percurso parecia perfeitamente aceitável, pois a distancia não era excessiva e fazia-se por estrada alcatroada, mas cedo revelou-se penoso. Esquecemo-nos de avaliar a luminosidade, ou falta dela. Os postes de electricidade sucediam-se mas sem dar sinal de ter qualquer utilidade pois luz não havia.
Eu não via onde pisava, as pessoas que passavam ou tão pouco o rosto do Pedro. Apenas se via alguma coisa quando, esporadicamente, um carro passava. Confesso que foi a única vez que senti algum receio durante toda a nossa estadia em S. Tomé.
Não que tivéssemos sido abordados por alguém mal intencionado ou que tivéssemos sentido que alguém nos seguia. Pura e simplesmente não víamos nada. É assustador em S. Tomé e em qualquer lado do mundo.
Lá chegámos ao restaurante e comemos bem, para não variar.
Quando terminei a refeição e pensei em fazer aquele escuro percurso de volta até tremi. F
elizmente já alguém se lembrara de ligar os postes de iluminação. Foi tão agradável o regresso que nem parecia que estava a percorrer exactamente o mesmo caminho.

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